quinta-feira, 26 de junho de 2014

COMO SERÁ A TELEVISÃO EM 2025 DE ACORDO COM O NETFLIX




Há alguns dias, um artigo no site da revista Wired publicou uma interessante entrevista com Neil Hunt, executivo da NETFLIX, sobre como a empresa vê o mercado de televisão daqui a 10 anos. A verdade é que hoje gastamos muito tempo navegando através de listas intermináveis de canais em nossos televisores que nem sempre são do nosso interesse. Mas de acordo com Hunt, a NETFLIX vai saber exatamente o que você quer assistir, mesmo antes de você. Parece assustador, não? Mas não é nada demais se comparado ao que o Google faz com nosso cotidiano nos dias atuais. 

E está é apenas uma das muitas previsões para o entretenimento audiovisual que Neil Hunt fez, e vindo do NETFLIX, ninguém ficaria surpreso se tudo o que ele disse vir a ser concretizado mesmo antes de 2025. Afinal, se há uma empresa que sabe sobre como alterar a nossa forma de assistir programas de TV, séries e filmes, é NETFLIX. Desde suas origens humildes como uma locadora de DVD pelo correio por volta de 1997 até chegar em seu status atual como uma potência de streaming de vídeo, a NETFLIX já derrubou muitos conceitos mais de uma vez.

Enquanto os gigantes da internet como AMAZON, YAHOO e GOOGLE patinam em suas estratégias para concorrer com o NETFLIX, a empresa de videos sob demanda coloca uma pluga atrás das orelhas das emissoras tradicionais que não sabem mais o que fazer para proteger o seu velho modelo de negócios. Hunt tem uma visão clara de como a guerra por nossa atenção vai acontecer nos próximos 10 anos e ele contou à WIRED como será. Aqui estão algumas de suas previsões:

O canal certo para cada um!

As pessoas tradicionalmente assistem aos canais que estão mais alinhados com seus interesses. Gosta de notícia? Então a CNN pode ser o canal para você. Se é a programação infantil que você quer, Nickelodeon pode ser a resposta. Mas no entanto, nenhum desses canais consegue agradar 100 por cento de suas audiências já que apesar de gostarem de um determinado gênero, eles têm hábitos diferentes. Uns gostam de notícias sobre economia, outros sobre entretenimento; há quem goste de desenhos no estilo anime e outros que gostem de bichinhos delicados.

De acordo com Hunt, isso vai mudar com a chegada da TV integrada à internet. Ele afirma em sua entrevista para a WIRED que a Netflix está agora trabalhando para aperfeiçoar sua tecnologia de personalização ao ponto onde os usuários não terão que escolher o que querem assistir. Em vez disso, o mecanismo de recomendação será tão afinado que ele vai mostrar aos usuários "sugestões que se encaixam perfeitamente o que quer assistir agora." 

"Acho que essa visão é possível", disse Hunt. "Percorremos um longo caminho em direção a ele, e agora que estamos próximos temos outros desafios a superar". Ele ainda disse que a empresa agora está dedicando tanto tempo e energia para a construção da tecnologia de personalização de conteúdo quanto colocou em construir a infra-estrutura para entregar esse conteúdo em primeiro lugar.

Liberdade criativa!

Mas você pode estar pensando como essa personalização de conteúdo se dará dentro de um gigantesco catálogo como o do Netflix. Hunt pensa assim: "Há muitos shows com pequenas, mas dedicadas audiências. E com o motor de personalização do Netflix tornando-se mais esperto e inteligente, será mais fácil para as pequenas audiências descobrirem novos conteúdos que antes se perdiam em meio a tantos outros. Isso vai dar aos cineastas e atores, tanto os profissionais consagrados quanto os independentes, mais liberdade criativa, já que eles vão finalmente ter um canal de distribuição que irá tolerar pequenas audiências, altamente individualizados.”

E ele continua: “TV integrada à Internet pode se dar ao luxo de levar esses pequenos shows", acrescentando que esta abordagem já permitiu visibilidade a centenas que produtos que não teriam espaço em televisão tradicional. The Square, um documentário sobre as revoltas árabes na Praça Tahrir, é um exemplo. 

TV integrada à Internet também dá aos produtores liberdade frente aos formatos tradicionais. Hunt disse que “Na internet, um episódio de televisão pode ser tão longo ou tão curto quanto você quiser, e o espcetador não tem que esperar até a próxima semana para ver um novo episódio porque pode ir direito para o próximo, como se fosse um grande filme". 

Pode ser que no início o público tenha um pouco de dificuldade porque já está acostumado com os formatos tradicionais de TV e eventualmente pode até mesmo não econhecer-los como “programas de TV”. A realidade é que as estórias que assistimos hoje serão diferentes das estórias que serão assistidas em 2025. As formas de visualização e interação vão ialterar nosso cotidiano.

O comercial finalmente vai morrer?

É bem verdade que a Netflix já provou que é possível construir um grande negócio de televisão sem anunciantes. Assinaturas mensais a baixo custo parecem ser o caminho. Isso significa que a proliferação de TVs pela internet pode ser o último prego no caixão da publicidae tradicional já que isso mudará toda a economia da indústria da publicidade ao longo da próxima década. Os canais tradicionais, agências de publicidade e anunciantes terão que se reinventar e rápido! Hunt explicou que "O modelo livre de anúncios parece ser muito popular entre os consumidores". E completou "Temos que imaginar que os anunciantes terão que encontrar um lugar diferente para anunciar seus produtos em 2025." 

Mas há outra possibilidade. Segundo Hunt, a mesma tecnologia que fornece conteúdo personalizado para os telespectadores também poderia ajudar os provedores de serviço de TV por internet a selecionar anúncios. "Isso significa que os espectadores veriam menos anúncios e anunciantes iriam começar a chegar a um público mais relevante”. 

Esportes ao vivo no Netflix? Talvez... 

Ok... Isso pode não ter sido uma das previsões de Hunt, por si só, mas quando perguntado se poderíamos ver transmissões esportivas ao vivo no NETFLIX no futuro, Hunt disse que deveríamos "ficar atentos..." 

Ele observou que trazer esportes ao vivo para a plataforma iria mudar a economia da empresa. "Não é uma área onde a Netflix tem a vantagem sobre os outros canais." Afirmou o executivo. Mas ele também disse que, como o Netflix tem um perfil inovador, há sempre espaço para novas possibilidades. Tal desenvolvimento seria um golpe ainda mais profundo para a indústria televisiva tradicional, já que a transmissão de esportes ao vivo são uma grande razão para as pessoas não cortarem o cordão umbilical televisivo. 

Todos terão uma Smart TV! 

Hunt disse que em 2014 cerca de 100 milhões de TV conectadas à internet serão vendidos no mundo. E cerca de uma em cada três casas para onde estes aparelhos irão contam com serviço de internet banda larga. E até o ano de 2025, ele acredita que estes erá o padrão e todo mundo vai possuir uma TV inteligente. 

Isso significa que a corrida é já começou e a batalha é enorme! Irá incluir corporações fortes, com as emissoras de TV aberta, as de telefonia, as companhias de cabo, provedores de internet e outros gigantes da tecnologia como Google e Apple, bem como fabricantes de televisores, como Sony e Samsung. Isso deve inaugurar uma era de ouro da inovação no espaço de TV inteligente. Imaginem concorrentes poderosos disputando sua atenção! A popularização de softwares e aplicativos capazes de promover interação entre pessoas e conteúdos e gadgets capazes de transmití-los das mais diversas formas, darão aos realizadores inúmeras oportunidades. No final quem, vai ganhar somos nós consumidores que teremos equipamentos mais baratos e uma oferta de conteúdos mais interessantes. Que venha 2025! 

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