domingo, 15 de abril de 2012

O fim do Festival de Paulínia

Por uma questão meramente política, ou melhor eleitoreira, o Prefeito de Paulínia põe um fim no Festival da cidade com a desculpa de investir o dinheiro em "obras sociais". O que a ignorância e a ganancia política deste senhor que aproveita a deixa para acabar com um bom projeto de um antecessor que é seu desafeto político não permite ver, é que o Festival é um importante e grande gerador de emprego e renda e que em poucos anos mudou mudou a economia da região. Por meio do pólo de produção, a Prefeitura de Paulínia investiu até 2011, graças a quatro editais de patrocínio, 40 longas-metragens, entre eles “O Palhaço”, “Chico Xavier”,



Tudo bem... Ninguém nunca esperou que Paulínia se transformasse um uma Hollywood tupiniquim. Mesmo porque nunca houve realmente um projeto político e econômico a longo prazo para que pudesse chegar a esse patamar. Mas não podemos negar também que era uma iniciativa exemplar apesar de todas as dificuldades...

O que não dá pra entender é porque ainda o investimento em cinema no Brasil é visto como um desperdício de dinheio. Dinheiro investido em cinema não é esmola, é investimento em uma das indústrias mais limpas, democráticas e lucrativas que existe!!!! ACORDA BRASIL!!!


Peço licença para postar aqui um manifesto da  Abraccine, do qual compartilho o conteúdo:


Carta aberta da Abraccine ao Sr. Prefeito de Paulínia, José Pavan Jr. 

A Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) recebe com muito pesar o comunicado de que o Festival de Cinema de Paulínia não será realizado este ano. A nota do prefeito José Pavan Jr. afirma que a alocação de recursos destinados ao festival em outras prioridades (saúde, educação, moradias populares) tornou a decisão inevitável. Como cidadãos, entendemos a construção de moradias populares, e o investimento em educação, saúde e meio ambiente deveriam mesmo ser prioridades constantes de qualquer municipalidade, e não apenas em anos eleitorais. Já como profissionais de cinema, lamentamos a descontinuidade de um projeto muito bem formatado e de grande repercussão nacional. Em poucos anos, Paulínia criou um Polo Cinematográfico, uma Escola de Cinema e um festival que se tornaram exemplares. O festival, ora em compasso de espera, era justamente a vitrine de toda essa atividade. Reunia em Paulínia produtores, cineastas, atores e atrizes, jornalistas e críticos de todo o País. Formava público para os filmes brasileiros. Criava empregos na cidade e beneficiava a autoestima dos seus habitantes. Muitos novos projetos surgiram desses encontros anuais entre profissionais de diversos estados da federação. Foi dessas reuniões, por exemplo, que nasceu a nossa própria instituição, a primeira associação nacional de críticos de cinema, o que faz com que tenhamos carinho especial com Paulínia. Todo esse patrimônio simbólico corre o risco de se perder, ao sabor de conveniências políticas de momento. Esperemos que a fresta de esperança aberta no comunicado do prefeito resulte na realização do festival em 2013. Mas ressaltamos, desde já, que é perda irreparável o cancelamento da edição de 2012. Eventos importantes firmam sua tradição pela continuidade. Assinado. Luiz Zanin Oricchio (presidente da Abraccine)