A
internet está definitivamente integrada no nosso dia-a-adia. O que
você talvez não saiba é que quanto mais consumimos serviços e
produtos na rede, tornamo-nos “seres cíbridos”... Isso mesmo!
C-I-B-R-I-D-O-S. Mas afinal, o que iss tem haver com as webséries?
Bem, eu explico. A expressão “Cíbridos” foi cunhada pela junção
dos termos “Cyber” e “Híbrido” e que foi primeiramente
utilizada pelo arquiteto Peter Anders, buscando compreender a
extensão da nossa consciência. Para ele, através do cibridismo
podemos habitar dois mundos simultaneamente. E é exatamente isso que
vivemos hoje, afinal, nos dias atuais, podemos dizer que nosso corpo
biológico está completamente "integrado" nas plataformas
digitais, misturando as vidas “on” e “off line. E é exatamente
aí que entram as webséries.
Apesar
da vida “off-line” ainda ser muito presente nos hábitos dos
nossos espectadores, de acrodo como IBOPE cerca de 65% assistem TV
diariamente e 97% de cobertura no território nacional, sem dúvida
há um mercado gigantesco a ser conquistado pelos realizadores de
vídeos para internet. O desafio aqui é entender que a TV não irá
acabar. Ou melhor, o que não vai acabar é o hábito de sentar à
frente um aparelho televisor e assistir a conteúdos audiovisuais. O
que vai mudar na verdade é que a velha caixa mágica irá
adaptar-se e abrir espaço para os produtores independentes exibirem
seus produtos no conforto das salas dos agora chamados
“webespectadores”, abrindo franca concorrência com os conteúdos
veiculados pela TV Aberta e mais, cruzauma longa e sinuosa ponte
levando um conteúdo “on-line” para um hábito de consumo
“off-line”, integrando-se definitivamente na vida de todos. Este
é o ponto.
Para
ajudar os prodtores independentes a tabalhar melhor este cenário, o
portal Webseriados.com realizou uma pesquisa com seus consumidores
para entender como funcionam seus hábitos e comportamentos e
descobriu importantes informações sobre este novo mercado.
Decobriu-se
que o formato websérie está bem difundido entre os internautas e
92% dos entrevistados declarou que conhece ou já viu alguma e
destes, 68% são homens, sendo que 76% se concentra na região
sudeste do país e dentre eles, 28% (a maioria) tem entre 26 e 30
anos. Do total de entrevistados, 77% assiste a vídeos pela internet
ao menos uma vez por dia e 42% já utiliza algum tipo de serviço
pago de video sob demanda como o netflix.
Sobre
o que preferem assistir na rede, 23% revelou que gosta de
séries, 21% filmes, 14% músicas, 11% vídeos amadores ou caseiros,
10% documentário, 8% preferem videos de jornalismo e outros 8%
preferem videos de entretenimento como os veiculados na aberta.
Já
quando questionados sobre os gêneros preferidos, houve uma relativa
aproximação entre os números, ficando na frente a comédia com 18%
e o drama, a ação e o suspense com 16% cada um, mostrando toda a
pluraridade da rede quando se trata de nichos de mercado. A
preferência por vídeos longos também se mostrou um forte tendência
sendo que 40% assistem videos com 8 minutos ou mais e apenas 5 %
preferem vídeos com até 3 minutos.
Sobre
como o webespectador gosta de consumir os vídeos, 51% assiste pelos
dispositivos tradicionais como o notebook e o desktop contra 34% que
prefere os dispositivos móveis como o smartphone e o tablet. Já a
TV conectada representa apenas 14% da preferência. Mas este último
número tende a melhorar bastente nos próximos anos. Fato comprovado
pelas apostas das indústrias de eletrônicos que cada vez mais
aprimoram formato TV conectada, trabalhando duro para melhorar a
navegabilidade em seus aparelhos, um dos principais pontos de
rejeição. Além disso, 60% prefere assistir a noite e 66% em casa,
sendo que 13% assistem em horário de trabalho e 10% em atividades
cotidianas. Aqui cabe uma pequena reflexão. Estes números mostram
que há uma forte tendência dos consumidores em trocar a programação
da TV, seja ela aberta ou fechada, pelo conteúdo que é distribuído
pela internet bem no chamado “horário nobre da televisão” que
compreende a faixa noturna da grade de programação.
Já
em termos de comercialização o horizonte de quem pretende viver
apenas dos vídeos para internet parce ainda um pouco distante do
ideal. Não há no mercado um formato de monetização estabelecido e
que seja vantajoso para quem cria e produz as séries. Dos
entrevistados, 87% preferem assistir através das redes sociais
como Youtube e Facebook. Há também uma grande rejeição com
relação às propagandas veiculadas no início dos vídeos. 35%
disse que nunca clica nas propagandas, 63% disse que raramente clica
e apenas 2% disse se interessar por estes anúncios. Mesmo assim o
formato de propaganda em video é o preferido sendo escolhido
por 47% dos entrevistas quando comparado com os banners tradicionais
ou os famosos “Pop-ups”. Por fim 49% preferir que seja colocado o
anúncio no início do vídeo sendo os tempos máximos de duração
mais citados: 7, 10 e 15 segundos.
Ainda
na mesma pesquisa, os entrevistados tiveram a oportunidade de se
expressar livremente sobre o que eles pensam sobre o formato
webséries e as respostas foram sempre positivas, como estas que
separamos por representar a maioria delas. “É uma excelente mídia,
principalmente pela interação que gera”. “Excelente
proposta! Eu particularmente 'quase nunca' assisto a
programação da tv aberta, migrei para o conteúdo online a muito
tempo”. “Me interessa muito, acho que o grande diferencial do
formato é que permite a interação, uma vez que depende do público
espectador para ter aprovação e ser difundido pelas redes sociais
ou conseguir os recursos para a continuidade da produção muitas
vezes”. “As webséries são produções 'customizadas' e as
pessoas agora têm a direito de escolher o que quer e o que é bom
para assistir”.
Em
meio a este cenário, é preciso levar em consideração algumas
tendências que a mobilidade conectada está tornando realidade em
nossas vidas antes de pensamros em projetos audiovisuais voltados
para internet. O importante é evidenciar que não estamos mais
lidando com o comportamento antigo do público que antes ficava
apenas passivo diante da TV e o único poder que tinha em mãos era o
do controle remoto. Hoje, além do poder de silmplesmente trocar de
canal o webespectador pode compartilhar suas impressões e
influenciar um sem número de outras pessoas. Então preste atenção
neste pontos:
- Entendamos aqui que o termo internet é o meio onde estes produtos são transmitidos, sendo eles veiculados em todo e qualquer dispositivo que tenha conexão com a web, seja ele um smartphone, uma smartTV, ou uma geladeira;
- A capacidade de tudo acontecer em tempo real, com atualizações instantâneas de tudo, sobre todos e a qualquer momento, tornando a internet uma fonte quase inesgotável de qualquer conhecimento e a opção número um quando precisamos de qualquer coisa. O problema aqui é a credibilidade e qualidade das informações;
- A virtualização do real através de acessórios que nos vestem como o Google Glass, que projeta em nosso mundo real todo o universo antes restrito aos nossos dispositivos;
- O Transmidia Transitions. O termo pode parecer redundância mas define bem que não é somente a diversidade de plataformas que determinado conteúdo tem mas sim a capacidade dele "socializar-se" entre os usuários através destas plataformas.
Em
suma, vivemos o ápice da união entre o mundo on-line e off-line que
resultou, de acordo com a pesquisadora Martha Gabriel, no mundo
“ONE-line”. Para ela, não somos mais apenas um corpo biológico,
mas estamos distribuídos em várias plataformas digitais
fragmentadas. E para nós realizadores audiovisuais inseridos neste
universo, resta-nos pensar nossos produtos em torno de seis palavras:
- Conexão;
- Participação;
- Personalização;
- Disponibilidade;
- Velocidade;
- Fragmentação;
E
lembre-se! Não adianta “empurar um novo hábito” para os
consumidores. O segredo é levar um formato novo embalado em um
hábito antigo! Pense nisso...
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