terça-feira, 8 de outubro de 2013

Bolada fora...






No último domingo o programa do Faustão anunciou uma nova atração que me chamou muito a atenção. Com um nome bem estranho o quadro "Bolada na Bolinha prometia muito, já que de acordo com a própria emissora, "dá a sensação de uma partida de videogame, mas com gente de verdade e que disputa um prêmio em dinheiro e repleto de efeitos visuais." 

Na minha ingenuidade (que absurdo!) imaginei que em tempos de tanta tecnologia, hologramas, kinects e alta definição, a Globo realmente tivesse inovado em uma linguagem onde as pessoas pudessem ter uma experiência de realidade virtual, ou para atualizar o conceito, uma experiência de virtualidade real.

Explico. Antigamente, no meu tempo (não acredito que com 33 anos estou falando isso), havia o conceito de realidade virtual, onde através de tecnologia de interface avançada entre um usuário e um sistema computacional, conseguia-se recriar ao máximo a sensação de realidade para um indivíduo, levando-o a adotar essa interação como uma de suas realidades temporais. 




Já a "virtualidade real" trabalha ao contrário… É quando estes mesmos dispositivos tecnológicos colocam elementos virtuais interativos dentro da nossa realidade física. O maior exemplo disso é o já famoso Google Glass. Através dele podemos obter informações e dados através das lentes do dispositivos e assim interagir com o espaço real e virtual ao mesmo tempo. Este aliás, tem sido tema de estudo de meu interesse, já que acretido ser o futuro dos universos dos games.

Academissimos a parte, como amante dos universos dos jogos e da televisão, sentei na frente da telinha esperando mais essa novidade! Depois de pesquisar um pouco, descobri que "Bolada na Bolinha" é um formato adquirido pela emissora junto a produtora Fremantle e teve a sua estreia mundial na Globo. Como ela é dona de vários formatos de sucesso, dentre eles o Ídolos, fiquei ainda mais ansioso, já que uma gigante do entretenimento não faria qualquer coisa…

Coitado de mim… Depois de uma nada discreta apresentação fiquei completamente decepcionado com o quadro. Sem dúvida a ideia é boa, mas muito mal executada. Em meio ao chroma-key, bexigas reais eram inseridas e serviam de alvo para o participante atirar bolinas de paintball. As cores berrantes dos cenários e a iluminação mal feita fez com que eu me lembrasse dos primeiros videoclipes no final da década de 80 onde as pessoas ficavam com aqueles recortes horrorosos e manchas verdes ou azuis dos reflexos da tinta do chroma. Lembrou-me também o game show do Hugo, que passava na tv Gazeta e que pode ser visto neste video 



Erros grotescos que não fazem parte do universo do "Padrão de Qualidade da Globo". Eu diria que é como um upgrade tecnológico nas finadas "Olimpíadas do Faustão". Sem dúvida tem muito a melhorar.

A verdade é que não há nada de novo nisso, afinal, o Gugu, há exatos 20 anos, exibia em seu programa "Domingo Legal" o quadro "Play TV" que já animava nossas tardes nos "transportando" para o maravilhoso universo dos games como pode ser visto no video abaixo. Na época, o quadro era pratrocinado pela TecToy.



Prometo mais tarde fazer um outro texto sobre a relação entre tv e jogos eletrônicos! Por enquanto, faça uma comparação entre as duas atrações e tire suas conclusões!






Um comentário:

  1. Trabalhei na CNT na época do Hugo Game, eu era estagiário da Cásper Líbero, onde fazia o curso de PP, me lembro da euforia que foi quando congestionávamos as linhas telefônicas, pois o comando era feito através do teclado do telefone do telespectador. Mas é impressionante ver o apagão de talento criativo nesses canais abertos. Não que falte gente talentosa, mas é que gente talentosa geralmente não se dá bem com "panelitocracia", que é a forma de contratação dessas empresas. O resultado a gente você por aí. Ou melhor, não vê, pq me recuso a assistir essas porcarias.

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