domingo, 6 de janeiro de 2013

A falácia da audiência e o paradigma dos anunciantes


Sem dúvida alguma a internet é a solução para a falta de criatividade (para não falar outras coisas) da televisão brasileira. É incomparável em termos de qualidade o nível de conteúdo feito por artistas independentes e que graças a Deus agora têm a oportunidade de mostrar seu trabalho para o mundo. Esta revolução já aconteceu no mundo da música e destruiu boa parte de uma indústria que se pensava imbatível. Hoje, a televisão já está sofrendo com isso. Inúmeros trabalhos voltados para web tem audiências maiores e muito mais confiáveis do que na TV. 

Vejamos alguns exemplos. As tvs a cabo, principalmente os canais de filmes e séries, nos obrigam a ver os mesmos episódios e filmes durante todo o mês. Meu Deus! Não aguento mais ver anunciar Hellboy, A Múmia e as maratonas de Friends e CSI. Além de cobrar um absurdo por isso, há intermináveis e horrendos comerciais de perfumes, inseticidas, sabões em pó, etc. 

Por outro lado, na internet, temos portais como o Netflix, Hulu e tantos outros que oferecem os mesmos conteúdos a preços bem inferiores e com a liberdade de vermos apenas o quer realmente queremos.

Para um esclarecimento mais técnico da falácia que é a audiência a tv, cada ponto do Ibope em SP representa 50 mil domicílios. (Isso mesmo! Não interessa se você mora em qualquer outra parte do país, você vai ver o que São Paulo, que atualmente é quem paga as contas, quer ver.).

Então vamos uma conta rápida: Se um programa atinge 20 pontos de audiência ele tem 1 milhão de espectadores, certo? Bem... mais ou menos. Ou vocês acham que o IBOPE tem um aparelhinho em cada uma das casas desses 1 milhão de espectadores. Eles colocam um número muito inferior e fazem uma projeção para praticamente o país inteiro. Isso quer dizer que se uma pessoa assiste ao "Esquenta" na Globo, eles dizem que milhares de outras pessoas (inclusive eu e você) no país inteiro também assistem!!!! E assim são decididos bilhões de reais em publicidade. É meu amigo, você não leu errado, são bilhões mesmo!!! Os dados de 2011 revelam alguns dos maiores anunciantes privados do país: Casas Bahia (R$ 3,3 bilhões) e Unilever (R$ 2,6 bilhões) e o Bradesco (R$ 1,092 bilhão.)

Será que os anunciantes, e agencias ainda não conseguiram enxergar que na internet o retorno é muito maior? Se um video no Youtube é visualizado 1 milhão de vezes, ele realmente foi visto por um milhão de espectadores. Ta certo que nem sempre são usuários únicos, mas temos a certeza de que mensagem foi vista um milhão de vezes, sem projeções ou suposições matemáticas. Além disso é possível saber de onde vieram estes acessos, por quanto tempo ficaram assistindo e o que estes espectadores pensam sobre o assunto. Essa é a melhor parte, a chamada TV Social! Enquanto assistem, os "webespectadores" curtem ou compartilham sobre o que estão assistindo, e este acompanhamento pode ser feito em tempo real e sem precisar pagar o IBOPE,

Parece muito mais confiáveis, não acha? O problema é que as agências e as emissoras não querem dividir o bolo. Eles olham para a internet como inimigas. E de ceto modo são mesmo. Os números dizem que cada vez mais a audiência está migrando para a internet, já que lá há um sem número de conteúdos grátis, feitos por produtores independentes que deixam qualquer produção de qualquer emissora aberta lá para atrás, seja em qualidade técnica ou de conteúdo. Então, ao invés de as emissoras se juntarem a estes produtores de conteúdo para que todos ganhem, inclusive os mais interessados nesse assunto que é você espectador, elas simplesmente tentam matá-los... 

Vejam por exemplo o Netflix, site de distribuição de videos, que lançará uma série chamada House of Cards, que foi totalmente pensada de acordo com os dados que o site tem de suas audiências. Comandada por David Fincher e estrelada por Kevin Spacey, a trama foi adapta do romance britânico homônimo de Michael Dobbs, situado no fim do mandato de Margaret Thatcher como Primeira-Ministra da Inglaterra. A trama acompanha a disputa pelo cargo, com a saída da Dama de Ferro. 



Um dado interessate sobre este trabalho é que a gigante dos streamings Netflix, fechou um acordo estimado em mais de U$ 100 milhões para ter exclusividade sobre House of Cards. Numa manobra ousada e sem precedentes, a locadora virtual venceu a disputa com monstros da TV a cabo americana, como HBO e AMC. O formato pioneiro chamou atenção por fugir completamente dos padrões de produção em Hollywood. Normalmente uma série recebe luz verde para produzir um episódio piloto, que se aprovado, recebe ordem para mais episódios. House of Cards já recebeu logo de cara um pedido de duas temporadas com 13 episódios cada.

Fiquem espertos, não desistam produtores independentes do meu Brasil, pois a revolução já começou e quem está levando a melhor somo nós.


Nenhum comentário:

Postar um comentário