quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Decepcionante...


Infelizmente não há outra palavra para descrever a 15 edição da mostra de cinema de Tiradentes. E acreditem.. escrevo isso com muita tristeza!

Apesar do apoio massivo da mídia que exagerou bastante nos adjetivos relacionados a mostra, a verdade é que este ano o público não compareceu. Muito em função das chuvas que atingiram o Estado de Minas Gerais nas últimas semanas e que tornou as estradas mineiras quase intrasitáveis.

Mas o público que assim como eu acreditou na previsão do tempo e foi até a histórica cidade de Tiradentes se decepcionou com a programação. As oficinas foram boas e proporcionaram, como nos anos anteriores, conhecimento para os iniciantes na sétima arte. Mas depois de 15 anos fazendo isso, é preciso repensar os cursos e colocar oficinas para profissionais mais experientes. Principalemente trazer empresas e palestrantes que promovam e ensinem novas tecnologias. Trazer exibidores e executivos de tvs para promover rodadas de negócios e fazer com que a produção mineira possa ser escoada e não fique limitada a dois ou três festivais.

E por falar em produção audiovisual... Esta foi talvez a maior decepção do público.  Nas duas sessões de curtas que vi nos três dias que estive no Festival, não foram raras as vezes em que o público dormia durante as exibições de filmes sem sentido ou se levantavam para se retirar da sala diante de filmes intermináveis e completamente sem sentido.

Os comentários ouvidos na saída da sala eram sempre os mesmos dos outros anos... "Mas fazem isto com dinheiro público? Que absurdo!", ou então... "Será que sou eu que sou burro demais". Claro que os filmes também agradam a outros, principalmente aqueles da tribo barba, óculos quadrado, pseudo-intelectual e camisa do Che. No entanto não posso cometer a gafe de dizer que todos os filmes são assim. Mas acredito que 90% se enquadram nesta descrição.

Quinze anos é uma marca importante na vida de qualquer adolescente. É a preparação efetiva para a vida aulta, a maioridade. O festival de cinema de Tiradentes precisa se renovar, se modificar para entrar na maioridade como um festival que realmente promova o setor audiovisual mineiro e não apenas se preocupar em realizar festas e exibir filmes experimentais.

4 comentários:

  1. Juliana12:22 AM

    Olá
    Por acaso cheguei ao seu blog e vim da minha opiniao!!
    A 5 anos compareço à mostra de tiradentes e posso te dizer sem sombras de duvidas que o público compareceu sim, na mesma quantidade dos 2 ultimos anos.. graças à divulgação infeliz da rede globo, que tornou a mostra de tiradentes uma espécie de vitrine ( nos finais de semana as sessões atingem sua lotação máxima, além de ser impossível transitar na região da rodoviária, lotada das famosas piriguetes e playboys de são joão e região que comparecem por todos os motivos exceto assistir aos filmes!)
    Claro que durante a semana o público é menor, afinal a muda de todos muda ao longo dos anos, seja por trabalho, família, dinheiro etc, mas o público estava lá, e as chuvas não intimidam os fiéis participantes, afinal todos os anos no período da mostra chove em tiradentes , eu mesma já tive a casa alugada levemente alagada 3 anos atrás.
    Quanto às oficinas concordo com você, mas infelizmente eles não se preocupam em oferecer algo mais profissional, eles preferem atingir um maior número de participantes do que aprofundar nos temas, e então somos obrigados a fazer aula com pessoas que não sabem a diferença entre um fotógrafo de cena e um diretor de arte. Nessas horas é que os seminários funcionam melhor pra quem já é realizador e trabalha no meio, pois os cineastas explicam e dividem suas experiencias com todos, dando assim novas ideias e novas soluçoes que podemos usar no futuro.
    Sobre as produções, muitas das vezes eu mesma me espantei com o desperdício de dinheiro, de rolos de filmes, de telecinagem, mas a mostra teve muitos filmes bons, como "as hiper mulheres" e o perfeito "Quando Morremos a Noite". Esses 90% de filmes citados por vc são realmente um absurdo, eu não me enquadro nesta "tribo de pseudo-oculos quadrado e/ou tilelê", na verdade meu gosto é bem popular, mas o problema é a qualidade do que anda sendo produzido e depois selecionado: ví mais filmes bobos e repletos de clichês do que filmes experimentais/ sem sentido (estes foram minoria este ano). Tinha inclusive filmes que mesclavam faroeste nordestino com indios americanos (rídiculo), passando por dramalhões familiares mil vezes piores que algumas novelas de tv. Concordo que a mostra deve se reciclar mas creio que o problema maior é da curadoria, que seleciona e enquadra filmes em mostras específicas deste festival, tentando encontrar semelhanças entre eles, (semelhanças essas desconstruídas pelos realizadores durante os seminários).

    enfim, só comentei aqui mesmo pq lendo seu texto pareceu que vc compareceu à mostra este ano depois de muitos anos sem ir ( o que compromete a analise a meu ver, já que a mostra evoluiu muito neste 15 anos).
    mas ainda sim concordo que o cinema mineiro fica um pouco deixado de lado, seja pelo puxa saquismo em cima de alguns realizadores mineiros, seja pelos participantes de outros estados que são super valorizados.
    abraços

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Parabéns pelo comentário Juliana... Viva a democracia! Só uma correção. Eu vou ao Festival desde a terceira edição, e fico por vários dias acompanhando e participando ativamente da programação. Por isso falo com propriedade sobre o assunto.
    Por favor não diminua minha opinião antes de ter todas as informações.

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  4. Caro Guto
    Morei 5 anos em MG e, sinceramente e com tristeza, tenho de admitir que o Festival de Tiradentes é desse jeito mesmo.
    Como você bem disse, dominado por tribos barbadas, óculos quadrado, pseudo-intelectual e camisa do Che.
    A fraca presença de público - e de qualidade dos filmes - reflete bem tal situação.

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