sexta-feira, 20 de janeiro de 2012


Com direção de Guto Aeraphe, seriado será dividido em cinco capítulos e aposta na ficção científica e na internet como plataforma para fazer cinema Imagine se o Brasil fosse alvo de um repentino ataque bioterrorista, deixando inúmeros mortos, poucos sobreviventes e diversas dúvidas. Esse é o intrigante cenário de Apocalipze, nova websérie de Guto Aeraphe, que começa a ser gravada esta semana, em Belo Horizonte. Consagrado por seu trabalho em Heróis, considerado pela MTV Brasil como um dos melhores seriados online de 2011, o cineasta mineiro mantém a internet como plataforma para a criação audiovisual e aposta, agora, na ficção científica, nos efeitos visuais e no conceito transmídia.

   

Com uma trama audaciosa, repleta de suspense e ação, a websérie será dividida em cinco episódios, com aproximadamente oito minutos cada, e posteriormente ganhará um jogo para pc e uma história em quadrinhos. Apocalipze busca inovação, ao mesmo tempo em que mantém diretrizes que orientaram e garantiram êxito a seu antecessor, como a primorosa fotografia, fruto do trabalho do diretor Marcello Marques, que também assina a direção de fotografia de Apocalipze. “Apesar de terem temáticas diferentes, Apocalipze é um irmão de Heróis, no que diz respeito ao conceito e ao modelo alternativo de exibição”, conta Aeraphe. Ao tentar driblar as dificuldades da distribuição em cinema, formato que sempre o encantou, Guto Aeraphe percebeu o avanço das novas formas de consumir produções audiovisuais e concluiu que filmar capítulos seriados, para publicação periódica na internet, seria a sua maneira de fazer cinema. “Estamos vivendo a ‘era das telinhas’. As imagens se movimentam em qualquer lugar. No tempo de espera de um dentista, a pessoa consegue assistir a um capítulo de uma websérie com tranquilidade”.

  


 O sucesso alcançado por Heróis foi uma prova de que o caminho estava certo. A websérie obteve ampla divulgação na imprensa e na internet, onde os vídeos totalizaram mais de 150 mil acessos. Além da estética primorosa e do roteiro bem conduzido, o êxito se deu em virtude da veiculação do filme em dispositivos móveis como Smart TVs, realizada pela Netflix, e pelo competente trabalho da Guerrilha Filmes, produtora mineira que tem como foco os filmes independentes e que também responde pela produção de Apocalipze. A nova websérie segue tendências de Heróis, como a divisão em cinco capítulos, que serão publicados, durante o mês de abril, no portal Web Seriados, projeto com desenvolvimento assinado pela Izap. Os efeitos em 3D, produzidos pela H2Art, são outra importante orientação para o novo trabalho. Apocalipze vai virar, ainda, uma história em quadrinhos, e um jogo virtual de tiro, que será lançado em versão para computador e estará disponível na internet.


Nem gratuito, nem pago, o download do jogo poderá ser feito mediante a doação voluntária, à lá Radiohead – o internauta paga o valor que achar justo. A escolha da ficção científica como gênero e o uso de efeitos visuais são pontos característicos do seriado e mostram que o cinema brasileiro pode ser um cinema de efeitos, sem perder a qualidade artística. “Nós podemos contar essas histórias muito bem, como fazem outros cinemas pelo mundo. Isso não é uma exclusividade dos Estados Unidos”, defende o cineasta, que acredita que o perfil dos webespectadores favorece, ainda mais, a boa recepção do trabalho. “Um público que se interessa por novidade não tem como ser conservador”, conclui.


Guto Aeraphe ressalta que explorar novas formas e gêneros cinematográficos é uma grande oportunidade para os atores e toda a equipe quebrarem paradigmas e expandirem horizontes, provando o potencial e o talento que Minas Gerais tem para a sétima arte. O elenco de Apocalipze conta com Adriano Gilberti e Raquel Dutra como protagonistas, com Ílvio Amaral, Maurício Canguçu e Enzo Silveira, celebrados pelo público na famosa comédia teatral Um Espírito Baixo em Mim, e com a atriz mirim Mariana Castro, que faz o seu primeiro papel como profissional, além de uma participação especial do ator Eduardo Moreira, do grupo Galpão. Medos, incertezas e mistérios dão a tônica da trama, contextualizada por problemas atuais da realidade econômica e social do Brasil e do mundo. Afinal, quem estaria interessado em conquistar as riquezas naturais do Brasil? “A websérie vai mexer com o imaginário do público. Vai convidá-lo para uma história e ele terá que ser conduzido por ela. Se ele seguir esse trato, vai ser surpreendido” Mais informações, vídeos e fotos da série pelo link http://www.facebook.com/webserieapocalipze

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