segunda-feira, 29 de março de 2010

O ridículo caso da cultura em itaúna Parte 01

Hoje vou aproveitar este espaço para falar de algo que me irrita há muito tempo. Para ser mais exato há aproximadamente 5 anos. Estou fora da minha cidade natal, Itaúna, há quase dez anos, mas nunca deixei de acompanhar e apoiar toda e qualquer manifestação de arte que lá acontece. Agora a situação ficou crítica e pra falar a verdade beira o ridículo.

Desde o início do primeiro mandato do Prefeito Eugênio Pinto a situação da cultura foi piorando. Sem falar nas outras áreas, principalmente a educação e a saúde da qual minha tia foi vítima de um péssimo atendimento, tendo que esperar quase três dias com seu fêmur quebrado por uma operação.

E não pára por ai! Para confirmar isso, reproduzo a seguir uma pequena parte do texto extraído do site do jornal Via Fanzine: "A “palhaçada” se estendeu também à CPI da Informática, instalada pela Câmara Municipal para investigar contratos firmados pela Prefeitura de Itaúna com a empresa Prescon Informática, através da Secretária de Educação e Cultura, para instalação de suposto programa de inclusão digital. Já é público que os contratos contêm graves indícios de superfaturamento. O contrato que se iniciou em 2007 com o pagamento por parte do município de R$ 2,5 milhões por 100 computadores pessoais e seus softwares, ultrapassa atualmente os R$ 5 milhões, conforme informações da Câmara. Apesar de haver diversos indícios de irregularidades em tais contratos, os mesmos continuam em vigor e o montante gasto sob suspeita de irregularidades está só aumentando."

Vale dizer que o Projeto da Cultura altera a Lei Orgânica do Município e concede poderes deliberativos ao CMC, podendo este interceder em prol das diversas áreas culturais, acompanhando a aplicação de suas respectivas verbas e impedindo absurdos, tais como os que estamos presenciando durante os governos de Eugênio Pinto. Entre eles, o sucateamento do teatro Sílvio de Matos, que ficou fechado por cinco anos; aluguel de uma área pública do teatro a uma empresa privada; extinção do calendário cultural, com seus concursos, oficinas e festivais, qual já vinha sendo cumprido durante os três mandatos anteriores ao do Pinto; entre outros. Também vale lembrar que, com a renúncia do presidente e demais membros do CMC, no momento, a cidade está sem o seu Conselho de Cultura, o que pode cessar o repasse de verbas estaduais de ICMS, conforme prevê a legislação.

Parabéns ao Pepe Chaves, jornalista e artista multimídia pela coragem de fazer um jornalismo sério e sem medo de falar o que precisa ser falado e de não se calar diante de ameças insanas partidas de pessoas ligadas ao prefeito. Parabéns ao Júnior Capanema, pessoa de índole invejável e incontestável que tive a honra de conhecer ainda na infância. Um homem que fez o que deveria ser feito e sozinho tomou as dores de toda cidade. Agora você não está mais sozinho meu amigo. Há muitos com você, inclusive eu. E por fim parabéns ao lincon Melo, que democraticamente foi eleito como representante máximo do Conselho Municipal de Cultura e forçosamente deposto por uma manobra político do vereador Delmo Barbosa. Não desista Lincon!

Atenção políticos da cidade! É hora de cumprirem seus deveres! Estou de olho em vocês. Amanhã vou acompanhar a votação na câmara. Agora a briga é minha também!

Um comentário:

  1. Talita Morais12:06 PM

    Oi guto. Concordo com você que muita coisa na Cultura ficou e está devendo. Trabalho com política pública cultural há muitos anos, em várias cidades de Minas. Mas acho que o que é justo é justo, concorda? Aqui em Itaúna temos o péssimo hábito de pegar uma notícia e ir passando para frente até que se torne verdade. Primeiramente, mais de 60% do conselho já estava fora do conselho antes dessa briga por ser ou não deliberativo, vou citar alguns: Palmira, Andrea, Adrian, Levi, Marcos Adelário, Adriana Rosário Expressa Arte, e outros mais por não cumprimento do regimento interno,faltas sem justificativas e outros. Então o conselho não saiu não por isso. Acho que devia ser feito um conselho de verdade, com audiencias públicas reais e representantes com nome e notório conhecimento na área e que realmente represente o anseio da categoria que represente. Segunda coisa, o ICMS (inclusive trabalho em várias cidades executando este trabalho) de Patrimônio e Ecológico exigem que esteja constituito e atuante um conselho. O ideal, como é previsto no Plano Diretor, seria um Conselho da Cidade que integrasse todos os outros, já que a cidade é um organismo vivo e não pode ser vista parceladamente. Mas o exigido é a existência de um conselho com as atribuições que são regulamentaadas pelo IEPHa, por exemplo. Isso existe, que é o Codempace. Não podemos esquecer, que patrimônio cultural, engloba tudo, não apenas edificações (patrimônio imóvel), mas manifestações (patrimônio imaterial... Conforme proposta do Minc, haverão verbas e incentivos para cidades que cumpram algumas exigencias, entre elas a existência de um conselho. Mas essa pec ainda não foi aprovada. Então não está havendo perda de verbas por este motivo. Gosto muito do Lincoln, e também do Capanema, assim como diversos outros artistas com quem convive nos meus 7 anos de cultura, mas acho que precisamos mudar a cabeça dos governantes, dos artistas.. Por isso gosto tanto do texto do Junior Fonseca (depois procure na internet), ele é extremamente imparcial, técnico e com justificaticas concretas e não com suposições.
    Admiro muito seu trabalho, por isso resolvi explicar algumas citações. Quanto ao aluguel do rena, essa prática é bem anterior a esta administração. Já tiveram até CPIs para julgar a legitimidade disso. E acho triste também. Gostaria que itaúna tivessem vários pontos de cultura, vários locais para manifestações culturais e artísticas. Mas na prática é muito difícil, porque infelizmente a cultura não é vista como primeira necessidade. Esquecemos que a cultura é alimento e tratamento para a alma.
    Grande abraço,
    Talita Morais

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